Mergulhado
Caindo com o peso dessa existência tão
pitoresca, afogo-me nesses vãos que é o existir.
Ser eu seria a mais fantástica cria, se na
fábrica deste meu dia eu reconhecesse a minha filha.
A filha que brota destas linhas, surgida de
minhas tão tristes fadigas, mas composta por minha reles alegrias.
Alegrias eu sinto ao te rever muito mais
composta de muitos “viver”, no entanto, rasgada pela mancha de um não viver.
Viva como nos seus últimos suspiros, pois no
tracejar dessas mórbidas sílabas as pintadas seguidas só serão refletidas.
Reflito sobre os pesos que carrego em meu
meio que de carinho e apego já não passam mais do que míseros desejos.
Desejos vivos e por muitos reprimidos, mas
que sempre serão sentido nos últimos borbulhares desse meu afogar no meu eu
ressentido.
GOMES, L. S.

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