sexta-feira, 9 de junho de 2023

O coletivo

O coletivo

 Se te quero, não seria para mim.

Se te preciso, não seria por mim.

Se te necessito, é muito mais do que por mim.

 

É pelo todo. É pelo novo. É pelo belo.

É pelo amor. É pelo cheiro. É pelo ornar.

É pelo transbordar de se transformar.

 

É vida. É sabor. É viver.

É transparecer o que vai além.

É ir e vir, numa jogada de se misturar.

 

A mistura da vida é mais do que sonhar.

Sou eu, é você, somos nós.

É o coletivo, transvestido de um múltiplo sonhar.

 

Sonhas com o egoísmo, acorda com o bradar.

Só somos possíveis, pelo nosso esperançar.

É com linhas triste e em derramar, que fico no ar.

 

Nosso lamento é compartilhado.

Nossas dores esmiuçadas pela chance de recomeçar.

Recomeço. Me refaço. Me reencontro no nosso morar.

 

Moro sozinho. Moro na imensidão. Moro neste casarão.

A construção é sublime, mas a falta me faz.

Quero te compartilhar o nosso semear.

 

É pela colheita que se satisfaz.

É pelo desejar que se corre atrás.

É pelo executar que chegamos lá.

E para chegar lá, basta o nosso coletivo a bradar:

Este é o nosso lar!

GOMES, L. S.

quarta-feira, 26 de maio de 2021

A essência para um depois

A essência para um depois

A essência se foi?

Onde estou no mundo? Em que mundo me meti?

As juntas me doem. O corpo que reclama. O que fazer com a chama a apagar?

Esse cenário. Esse ambiente. Essa dor. É tudo reflexo de um não chorar?

O mundo é pandêmico. A população enlouquece. Meu brilho estremece, é hora de parar?

Quero mudar. Quero sonhar. Quero reinventar. Mas teria força para continuar?

O desanimo e tristeza querem me acompanhar, não adianta racional e lógica a questionar, seria o melhor apenas parar.

Paro. Respiro. Sofro. Não choro.

É injusto. É cruel. É dor de um não partir e falta de coragem para ir.

A boca que se fecha, a mente que se inquieta.

Melhor mudar a direção dessa linha sem muita empolgação.

Queria mudar, mas a essência se foi e aqui fico sem querer um depois.

GOMES, L. S.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Eu só queria...

Eu só queria... 


Eu não queria morrer, só queria dormir enquanto essa inquietação não passa.

Eu queria emprego.
Eu queria diversão.
Eu queria explorar a imensidão desse mundão.
E no eco da razão um sussurro explana: "Eu quero paixão".
Quero comer.
Tenho fome. 
Tenho vontade de ir e vir, mas a inércia insiste em me parir de novo e de novo.
Mas no fim eu não queria morrer, eu só queria dormir.
Dormir para esquecer. 
Dormir para embebedecer.
Dormir para amar. 
Dormir para sonhar.
Dormir para deixar de viver esses dias sem muita força para bradar.
Amar. Falar. Cantar. Ou até dançar.
Porque no fim, eu só queria me amar.
GOMES, L. S.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Minhas últimas canções...

Minhas últimas canções...


Ao fundo Whitney diz: “After all that I’ve been through. Who on Earth can I turn to? I look to you”.

E se fosse minha última vez? Se fosse o meu partir? Se fosse meu último ouvir.

O sentido partiu.

A dor se instalou.

O mundo está caindo.

E em colapsos de memórias me vejo regredindo.

A música mudou. O som é outro. Agora a batida é animada, mas a premissa é boa “loneliness calls”.

Ao me afundar nestes tremendos esbravejar as cores se apagam e a intensidade se vai.

Desistiria eu de dizer: Te amo. Tô com saudades. Quero te ver.?

E ao apenas me questionar, já sofro, pois, é uma parte bela desses meus versar.



E no fi
m, é apenas o cansaço de querer compartilhar memórias com amigos, conhecidos, familiares que outrora me fizeram bem, mas que agora me vem como este zé ninguém.

Adeus as minhas cores.

Adeus aos meus amores.


É um cinza a envelhecer, apenas me dizendo que eu sou “so emotional”.

GOMES, L. S.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

IR

IR

Estou partido. Ferido. Esfarelado.
Os sonhos que outrora me faziam rir, hoje são lembranças de um partir.
Sonhei. Realizei. Me redefini. Quando me voltarei a ti?
Já foi. Passou e perdi, agora é um novo redescobrir.
A sua segurança vi exaurir.
O retomar chega a fluir, sem nenhum motivo certo para ir.
Me perco nesse recomeçar, tanto que nessas linhas não sei mais o que falar.
É pouco. É louco. Seria eu o novo Britiney Spears?
O surtar vem, mas o amar também.
Me vem doente. Me vem sem lente. Mas só me vem.
Neste momento o se redescobrir são princípios a descobrir.
É hora de chorar algum latir.

GOMES, L. S.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

O INCOMPETENTE

O INCOMPETENTE

O melhor não foi o suficiente, e este ente precisa partir. PORÉM. Necessita sentir.
O tal macabro já não convém, mas vem pressionar e já NÃO TENHO forças para lutar.
O sacolejo é mais do que necessário, e o medo é UM REAL amigo que teima em me calar. 
O todo, sabe a resposta. As palavras vem E vão, o que fica, é esse massacre do vem e vão.
O dia é pesado, minha presença não suporta. OS SONHOS não me deixa implementar.
Seria eu, mais um dos loucos que ESTÃO a brandar seu último pesar?
O ideal é partir, cortar tal relação. Mas estão ACABANDO os ensinamentos dessa instituição.
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GOMES, L. S. 

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

ESTES DIAS

ESTES DIAS

Me desfaço.
Esfarela um pedaço do meu ser a cada pegada destes dias.
Sinto o fim.
A pressão. A loucura. A ansiedade, onde vim parar.
Uma cratera.
Este espaço, ganha espaço neste peito já cansado.
Não é sobre idade.
Onde foi parar a alegria, a amizade e a preocupação? Sinto sua falta.
A lentidão me ataca.
Nas últimas sensações uma dor pesada, triste e sem muito idealizar. Ó céus, onde este eu, o meu eu, foi parar?
Belas palavras.
Já não as sinto, não me toca e agrada estes poucos sonhar, seria a hora de desembarcar?
Não é um adeus.
É apenas mais algumas poucas frases de desesperançar.
Aqui, este pesar.

GOMES, L. S.

terça-feira, 28 de maio de 2019

O COLETIVO DO EU SOZINHO


O COLETIVO DO EU SOZINHO

O tempo tem passado. O cabelo embranquecido e os questionamentos aumentado.
A fala. A voz. Os posicionamentos mudaram. É, de fato eu cresci.
Volta e meia a garganta trava, o coração pulsa e as mãos falham, não envelheci tão bem assim.
Ou seria tudo parte do processo, de antes de se auto afirmar, se questionar se estamos todos prontos para enviar discordâncias e consonâncias com outros eus por aí estar.
O tolo tem certezas, o sábio questionamentos e o louco a inquietação de não saber por onde o tal coração.
A batida mudou. O ritmo silenciou, e as danças por algum lugar se acomodou.
Não sei onde apalpar, os olhos fecharam ao se auto realizar, mas os joelhos se dobraram ao pesar, pois estão sozinhos nesse tão curto e longo caminhar.
Me entristeci. Me enlouqueci. Me reencontrei com um louco a sonhar, mas as cores dessas telas assumiram um novo nadar.
Antes que afunde, me inunde. Me jogue para fora desse tóxico mar, para então as linhas brancas do meu ‘cerebrar’ fiquem para trás juntos dessas marcas no olhar.
GOMES, L. S.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

DEUS (ES)


DEUS (ES)

A percepção de Deus mudou, ou nós é que mudamos?
O Deus de minha infância é bom, coerente e preocupado com os humildes e menos abastados.
De um coração cheio de bondade, piedoso e com amor ao próximo sem questionar o que fez/faz este próximo.
A alegria sempre existiu aos nossos encontrar, mas o que aconteceu de lá para cá?
O novo Deus cristão do ano em questão, é quase um opressor pagão.
Ele queima a tira a roupa com um revólver na mão e a noite se junta em oração.
Sua pintura é tão caricata e desvirtuada que sua essência foi pela lama marcada.
Esse novo Deus derrama sangue, prega o ódio, e discrimina minorias que outrora foi o seu lugar, mais uma vez, onde o Deus de minha infância foi parar?
Eu não sei onde a nova filosofia cristã vai chegar, mas que pelo caminho já está deixando muitos corpos a sangrar, repetindo a história sem nem ao menos questionar.
Se um dia nos encontrarmos, eu quero te abraçar e perguntar como a humanidade te desvirtuou nesses poucos anos de vida, entre o meu aprender a caminhar e essa fuga de balas que estou preste a enfrentar.
GOMES, L. S.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

A DESESPERANÇA


A DESESPERANÇA

E quando nossos corpos estiverem retalhados e jogados em sarjetas, vielas e terrenos baldios, que pelo menos algum ser superior nos conceda algum repouso.
E quando a barbárie se instalar, que ao menos tenhamos força para morrer com dignidade.
E quando nossos entes queridos sintam nossa falta, que encontrem alguma força para acalmar seus corações inquietos.
A minha pele é negra, mas meu coração é pulsante como de qualquer um.
Meu corpo é feminino, mas meu cérebro é tão grande e seguro como de qualquer um.
Minha sexualidade é a realização pessoal que não é exposta a qualquer um, assim como deveria ser com qualquer um.
A escolha de me perseguirem é incompreensiva para mim, mas espero que após minha partida eu possa pelo menos descobrir o porquê de viver assim.
E quando em nome da família, de “Deus”, e dos bons costumes minha pele for dilacerada, eu possa no finito momento refletir, a beleza que eu vivi seguindo o que era certo para mim.
É a desesperança que me assola, é o pensar que tempos sombrios virão, e que meu corpo será o objeto de alguma perseguição.
O último pedido que tenho a fazer, é que alguém, qualquer um, faça uma pequena oração em nome daqueles que se vão em nome de um Deus que não é São.

GOMES, L. S.