A morte de um ser
Ao passo que cada dia se vai, as dores deste
viver por aqui ficam.
Ficam as chagas dessas escolhas tão “bem”
sucedidas, tão bem escolhidas e tão bem perseguidas.
Os sonhos de qualquer ser projetados neste
meu viver, o viver que hoje é tão sombrio, frio e sem muito o que dizer.
Digo não da força que tive, mas do marasmo
que sinto e pelo muito que já não me foi permitido ser.
Ser o exemplo da bondade, da escolaridade, da
amizade, da fidelidade, da irmandade e dos muitos “ser” eu queria ser, porém
uma dor veio aqui dizer que eu não daria conta de conseguir ser.
Pelo muito que eu deixo de viver, pelo muito
que tenho de viver eu aqui expresso estes desejos de morrer.
De uma morte tão sublime sem o menor drama de
ser quem o é.
Suas mãos são afáveis que tocam-me sem pudor,
seus olhos negros que fitam-me com ardor. Com seus braços abraça-me forte como
num refúgio de uma dor. Sua paixão encerra-se numa declaração.
Uma declaração que consta toda a paixão de
uma mãe ao ver seu nascer, seu crescer, sua partida e seu renascer através de
vários reviver.
Reviver meus sentimentos eu queria, mas hoje
eu mato-os para que no renascer deste meu dia eu viva muito mais...
GOMES, L. S.

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