segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Dar-te-ei


Dar-te-ei

Dar-te-ei as fagulhas de um sentimento sórdido vivenciado por mim junto a ti.
Dar-te-ei as chamas dessa paixão fria e ilusória tão manchada pelo teu iludir.
Dar-te-ei a última chance de sentir as minhas palavras sendo profanadas para ti.

Dar-te-ei meus versos ligeiros, simples e corriqueiros de um sentir sem ouvir.
Dar-te-ei minhas últimas dores de sentir, pois mesmo que continue a sentir estas dores eu vou logo seguir.
Dar-te-ei meu corpo recheado de voluptuosos desejos carniceiras para que nestes desejos voltes a sentir o que não vais mais sentir.

Dar-te-ei meus lábios que mesmo ROSAdos já não podes mais sentir.
Dar-te-ei meus toques que de tão suaves extinguiram-se no vazio do teu existir.
Dar-te-ei minha voz que sobra ao vento profanando teus anseios, mas que retorna com teus lamentos.

Dar-te-ei os sonhos que nunca vivi, para que no seu parti e possa me repartir nos campos de uma liberdade honrosa.
Dar-te-ei um motivo para voltar, porém não deves mais ficar, pois nos devaneios de tua indecisão não me peça minha gratidão.
Dar-te-ei todo o meu amor, para que pises nele assim como já fez me livrando deste pesar ao dizer: “Odeio você”.

Deixo-te todas estas minhas oferendas, para que no dia que tua razão o chamar, eu possa dizer: “Hoje estou rindo, é de ti”.

GOMES, L. S.

Um comentário:

  1. Um pouco forte e maldoso, mas a poesia é linda, parabéns...

    ResponderExcluir