segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Estas linhas que nascem


Estas linhas que nascem

Ao passo que cada segundo se vai tento discorrer linhas tão belas quanto eu pudesse ser.
Discorro sobre o céu que de tão intocável ultrapassa a barreira de uma exatidão tão ilusória e entristecida.
Ilusória são as palavras profanadas no calor de uma mera sensação, no atenuar de uma emoção e na chama de uma simples paixão.
As chamas que queimam nessa vida transcendental já não são as mesmas que florescem no viver de um ser ocidental.
Ocidente é a terra da libertação, tão clara e rígida quando uma alucinação, a alucinação de uma crença tão descrente quanto à desavença destas nossas crenças.
Crente são as vidas que ressurgem no oriente acalmada pelas palhas dessas linhas salientes.
Saliento sobre a vida que quero viver, mas que no esvaziar deste meu reles ser, resta-me apenas um velho viver.
Velho posso ter sido, posso ter sentido e até morrido, porém renascido eu também quero ser.
Sinto nas lacunas de cada novo entardecer os golpes machadados destas linhas que nunca devem morrer, morrem neste meu último suspiro, mas renascem a cada novo escrever.
GOMES, L. S.

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