Chamas de um amor
Mãos frias de desejos carnis escorrem pela pele
que encobre estes meus anseios.
As mãos que deslizam pelo céu de um paraíso
perigoso descem ao chão de inferno muito saboroso.
Os pecaminosos desejos somem na luz de nossos
beijos. Ah teus beijos...
O movimentar de teu corpo roçando,
estatelando-se e caindo sobre meu corpo ascende de novo o fogo desse velho moedor.
O toque de teus lábios beijando-me a face,
descendo e liquidando-se nas minhas muitas partes, ressaltando-me numa única e
centra parte.
Queimando-te no meu bom e centrado local de
prazer isso é muito mais que um verso de puro arder.
Tuas mãos que manchadas não estão, apertam-me
com muito mais força que tristeza de uma bela pagã.
Pagão são os delírios desse nosso quente
devaneio, preencho-nos pelas marcas de frios, sombrios e fortes manuseios.
Pega-me como teu brinquedo, mas machuco-te
conforme os teus desejos.
Exceda-se, transborde e permita-se queimar,
não pelo fogo de um ardor, mas pelas chamas de sempre amou.
GOMES, L. S.

Nenhum comentário:
Postar um comentário