quinta-feira, 19 de julho de 2012

Para Santarém devo dizer




Para Santarém devo dizer
 
Minha voz se cala diante de tua beleza, já não há palavras que possam ser usadas para refletir o que sinto por ti.
Tuas belas silhuetas devastam-me a cada dia que penso que estou longe de ti.
Tua tão singela formação me trouxe a alegria de um povo pagão.
Pagã pode ter sido, mas que hoje e sempre será concebida sob a força dos seres divinos que te constituíram.
De tua constituição, a tua força atual, já não sairás de mim, pois aqui em minhas veias corre a vitalidade do povo daqui.
De uma terra profanada pelos brancos e governada pela natureza, natureza forte, agradável e gentil como o povo daqui.
De um povo que sofre no esquecimento de um governo à tristeza da ignorância da nação, sabemos sorrir sob a festa de uma cultura da região.
Desigual é a força que brota do ser santareno nascido às margens do rio tapajós e mergulhado nas graças do povo tapajó.
De todos os teus encantos aos teus desencantos, hoje só lembro que “antes que o mundo cai que a ultima ceia saia e o cálice cale sobre nós mala e cuia e volto pro Tapajós. Pra deixo daquela saia que deixei na piracaia onde desatei os nós. Vai preparando a tarrafa, o anzol, o espinhel a zagaia, tempera bem a cachaça e diz que me basta o luar de lençol. Antes que o mundo caia, dou-lhe um rabo de arraia lhe safo nega dessa gandaia me soco nos cafundós, mala e cuia EU VOLTO PRO TAPAJÓS, Me espraio em suas praias, tomo de vez minha raia e dou adeus aos bemóis.” (Banho de cuia. E. Matos), para que no fim eu possa dizer vou amar-te até morrer.
GOMES,    L. S.

2 comentários:

  1. Sem palavras...
    Me emocionei ao ver, ler e sentir o amor que tens por Santarém.
    PARABÉNS!!! Esse ficou sem dúvida, maravilhoso.

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  2. Queria essa versão em audio musical

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