Para Santarém devo
dizer
Minha voz se cala diante de tua beleza, já
não há palavras que possam ser usadas para refletir o que sinto por ti.
Tuas belas silhuetas devastam-me a cada dia
que penso que estou longe de ti.
Tua tão singela formação me trouxe a alegria
de um povo pagão.
Pagã pode ter sido, mas que hoje e sempre
será concebida sob a força dos seres divinos que te constituíram.
De tua constituição, a tua força atual, já
não sairás de mim, pois aqui em minhas veias corre a vitalidade do povo daqui.
De uma terra profanada pelos brancos e
governada pela natureza, natureza forte, agradável e gentil como o povo daqui.
De um povo que sofre no esquecimento de um
governo à tristeza da ignorância da nação, sabemos sorrir sob a festa de uma
cultura da região.
Desigual é a força que brota do ser santareno
nascido às margens do rio tapajós e mergulhado nas graças do povo tapajó.
De todos os teus encantos aos teus
desencantos, hoje só lembro que “antes
que o mundo cai que a ultima ceia saia e o cálice cale sobre nós mala e cuia e
volto pro Tapajós. Pra deixo daquela saia que deixei na piracaia onde desatei
os nós. Vai preparando a tarrafa, o anzol, o espinhel a zagaia, tempera bem a
cachaça e diz que me basta o luar de lençol. Antes que o mundo caia, dou-lhe um
rabo de arraia lhe safo nega dessa gandaia me soco nos cafundós, mala e cuia EU
VOLTO PRO TAPAJÓS, Me espraio em suas praias, tomo de vez minha raia e dou
adeus aos bemóis.” (Banho de cuia. E. Matos), para que no fim eu possa
dizer vou amar-te até morrer.
GOMES, L. S.

Sem palavras...
ResponderExcluirMe emocionei ao ver, ler e sentir o amor que tens por Santarém.
PARABÉNS!!! Esse ficou sem dúvida, maravilhoso.
Queria essa versão em audio musical
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