segunda-feira, 2 de julho de 2012

Lanço-me


Lanço-me

Lanço-me no meio de sentimentos tão lindamente sórdidos, marcados por mãos de quem nunca soube amar.
Lanço-me no terreno da incerteza mesmo tendo a certeza que não devo mais lhe amar.
Lanço-me no abismo da solidão por conta de um coração.
Lanço-me sobre as pedras do mar fervoroso da agonia que é bem amar.
Lanço-me sobre a dúvida de viver no hoje, pensando no ontem e esquecendo o amanhã.
Lanço-me numa jogatina de desejos, sentimentos, murmúrios e aflições que hoje é ter você.
Lanço-me nas marcas de uma promessa de amor dissipada no vão de atitudes sórdidas, desencontradas e tão reveladoras.
Lanço-me nas lembranças de meus sonhos tão exauridos de não poder amar-te como amo ao meu eu sofredor.
Lanço-me no meio de folhas e linhas palavras que refletem, mas que nunca demonstraram o quanto senti e vivi.
Lanço-me no hoje com toda a angustia de quem vive por amor, mas que ama pelo amor de sentir todo o amor.
Lanço-me em vestes, atitudes, palavras e sentimentos tão antes menosprezados, mas que sempre renovados a cada vão de dizer.
E assim, lanço-me em novos sentimentos para que os já lançados fiquem nestes caminhos percorridos pelo coração.

GOMES, L. S.

Um comentário:

  1. Luanna Cohen Serique4 de julho de 2012 às 10:44

    Estás na profissão errada! Rsrsrs... Muito bom esse texto!

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