Lanço-me
Lanço-me no meio de sentimentos tão
lindamente sórdidos, marcados por mãos de quem nunca soube amar.
Lanço-me no terreno da incerteza mesmo tendo
a certeza que não devo mais lhe amar.
Lanço-me no abismo da solidão por conta de um
coração.
Lanço-me sobre as pedras do mar fervoroso da
agonia que é bem amar.
Lanço-me sobre a dúvida de viver no hoje,
pensando no ontem e esquecendo o amanhã.
Lanço-me numa jogatina de desejos,
sentimentos, murmúrios e aflições que hoje é ter você.
Lanço-me nas marcas de uma promessa de amor
dissipada no vão de atitudes sórdidas, desencontradas e tão reveladoras.
Lanço-me nas lembranças de meus sonhos tão
exauridos de não poder amar-te como amo ao meu eu sofredor.
Lanço-me no meio de folhas e linhas palavras
que refletem, mas que nunca demonstraram o quanto senti e vivi.
Lanço-me no hoje com toda a angustia de quem
vive por amor, mas que ama pelo amor de sentir todo o amor.
Lanço-me em vestes, atitudes, palavras e
sentimentos tão antes menosprezados, mas que sempre renovados a cada vão de
dizer.
E assim, lanço-me em novos sentimentos para
que os já lançados fiquem nestes caminhos percorridos pelo coração.
GOMES, L. S.

Estás na profissão errada! Rsrsrs... Muito bom esse texto!
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