Ateio
Da angustia de andar sem perceber por onde,
de caminhar numa estrada sem amor e ódio, ou qualquer sentimento, existe apenas
um vazia aqui dentro.
Dentro do meu peito chove o ácido de desprezo
pelo que fui, pelo que sou e pelo que me tornarei, porém no que me tornarei?
Serei a força que brota da lama, serei a vitalidade
da natureza pútrida, serei a marca deixada pela tempestade em uma cidade
pequena.
Pequena não será minha essência, não será
minha vida, não será o que sou.
Sou o que me permito ser, sou o que muda a
todo tempo, sou o que difere dos outros seres, sou muito mais que apenas um
ser.
Ser de tanta eloquência que a eloquência se
perde em meu exagero, o exagero que é fruto de minha carne cortada pelo
sentimento e o sentimento tão menosprezado pelo teu crer.
Crer na tua mudança já não me basta, não me
basta crer, hoje eu quero fazer acontecer.
Aconteça o que acontecer eu só quero dizer
que hoje no fogo eu lanço você.
GOMES, L. S.

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