Palavras Vazias
Desfaço-me dos retalhos de tua atenção tão
pérfida, lançando-as no buraco de um coração amargurado pelas marcadas deixadas
aqui.
Aqui, fico prostrado, deitado e jogado diante
de ti, justamente para poder ouvir minha lucidez dizendo: “já não vale apena mais
tudo o que vivi e não vivi”.
Vivi como se cada momento ao teu lado fosse o
último, o último em que os teus lábios rosados tocassem os meus, como se teu
cheiro fosse dissipar-se no vão de uma brisa, como se teu toque eu já não
pudesse mais sentir, como sua tua doce voz já não pudesse mais ouvir, como se
no desgaste de um segundo eu fosse sumir.
Sumir não era uma opção, mas tu fizeste esta
escolha a fim de machucar meu pobre, ridículo e pedaço de putrefa carne,
denominado coração.
O coração que amava, hoje volta a bombear, a
transmitir e a irrigar o sangue que corrente de minhas veias que tão antes
vibravam ao ter você.
Você não viu, não sentiu e não consistiu-se viver,
mas que no seu viver passará a ter o
carma de não me ter.
Ter meu corpo era o que querias, mas que hoje
eu te deixo apenas estas pérfidas palavras vazias...
GOMES, L. S.
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