sexta-feira, 27 de julho de 2012

Palavras Vazias


Palavras Vazias

Desfaço-me dos retalhos de tua atenção tão pérfida, lançando-as no buraco de um coração amargurado pelas marcadas deixadas aqui.
Aqui, fico prostrado, deitado e jogado diante de ti, justamente para poder ouvir minha lucidez dizendo: “já não vale apena mais tudo o que vivi e não vivi”.
Vivi como se cada momento ao teu lado fosse o último, o último em que os teus lábios rosados tocassem os meus, como se teu cheiro fosse dissipar-se no vão de uma brisa, como se teu toque eu já não pudesse mais sentir, como sua tua doce voz já não pudesse mais ouvir, como se no desgaste de um segundo eu fosse sumir.
Sumir não era uma opção, mas tu fizeste esta escolha a fim de machucar meu pobre, ridículo e pedaço de putrefa carne, denominado coração.
O coração que amava, hoje volta a bombear, a transmitir e a irrigar o sangue que corrente de minhas veias que tão antes vibravam ao ter você.
Você não viu, não sentiu e não consistiu-se viver, mas que no seu viver passará a ter  o carma de não me ter.
Ter meu corpo era o que querias, mas que hoje eu te deixo apenas estas pérfidas palavras vazias...
GOMES, L. S.

Nenhum comentário:

Postar um comentário