quinta-feira, 25 de abril de 2013

Uma manhã qualquer


Uma manhã qualquer

O telefone toca, acordo quase exatamente no mesmo horário que ontem, sento na cama esperando algo acontecer, talvez seja o meu processador que ainda não iniciou. Depois de alguns minutos, um desejo insiste em gritar: “Levante-se e vá amar”, perturbo-me por não entender direito como algo sem muita objetivação conseguiria me ordenar a amar, não sei, não compreendo, só sei que já passou da hora daquela ducha matutina. Enquanto água que gelada escorre pelo meu corpo fico projetando, ou mesmo traçando o desenvolver de mais um dia, ainda sem considerar que eu não posso fazer o tal “amar”, mesmo assim o banho prossegue sem muitas delongas para que no escovar de meus dentes, pelo menos a higiene bucal seja completada com sucesso, me sinto no jogo clássico de Mário Bros, apenas passando de fase sem muito questionar, apenas esperando ter um objetivo final a cumprir.
Depois de toda a assepsia, um momento tenso sempre teima em se aproximar, no reflexo do espelho, um alguém normal, com traços normais de que ousará viver, mas na carne que fica sobre os ossos, um outro alguém perdido, sem mãe, amigos, irmãs, ou quem sabe daquele  “eu abrigo”, o devaneio é deixado de lado, seria um causo triste, mas sucesso são os filmes de ação, por isso vestido daquele sorrisão eu tranco a porta e caminho rumo a uma nova imensidão.
GOMES, L. S.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Ser de uma sala só


Ser de uma sala só

Passou pela fenda da porta. Fitou-me com um olhar desconfiado. E eu ainda desconfigurado da última expressão do meu viver, eu estava ali em pé, enquanto ele sentou-se meio sem graça; embaraçado pela situação, mas sem perder a sua postura elegante e fina.
Eu, de certo modo estava nervoso, comecei então a falar, a me expor e a lhe explica as certezas que naquele momento eu tinha em meu olhar. Ele sorriu, ouvi tudo que eu tinha falado, expos suas opiniões, contou um pouco de suas histórias, tornou a me olhar nos olhos, desviou o olhar, e continuou a falar. Pegou aquele objeto multi-informacional, colocou algumas referências naquele documento que abriu para registrar não sei se nosso momento, ou algum trabalho escolar. Nosso diálogo silenciou-se por alguns instantes, uma outra porta se abriu, mas dela nada ousou sair. Meu coração estava inquieto, aquela situação era nova para mim, resolvemos então partir. Porém, minutos depois de se levantar ele tornou a me fitar, eu apenas o olhava, contemplava e idealizava seus lábios, e que belos lábios, seus traços eram mais finos do que eu podia esperar, sua tez era macia, descobri isso quando ousei o tocar, meu corpo respondeu quase que de imediato, havia algo muito mais forte ultrapassando o nosso ser, nos primeiros passos que demos, uma grande coragem surgia dentro de mim. O toque, o seu encostar, o local, tudo ousará rodar, a minha decência por onde podia estar? Não sei! Só sei que aquele ser me trouxe algo além do que o meu bel prazer.
Muitos segundo se passaram, o momento continuava a florescer, algo dentro de mim estava diferente, algo novo havia sido implantado por aquele ser. As mãos que suavam, a mente que não discorria, meu palpitar estava muito eloquente, meus lábios só queriam o beijar. Meus braços o queriam abraçar, era algo estranho, uma nova sensação, tão reconfortante, agonizante e sem nenhuma explicação que estavam a me fazer borbulhar no meio de um oceano sem razão. Havia um novo sentimento pairado no ar. No entanto, ele parado em minha frente só sabia me olhar, por fora eu estava sério, descontraído, sorridente, mas por dentro, minha entranhas já estavam retraídas, meu fluxo seguia acelerado, lento, parado, agitado, já não sei explicar, só sei que ele também poderia se expressar, assim saberia que eu não era o único que estava agonizando. 
Era muito mais que tesão, era a própria contemplação de algo que não sabia explicar. Eu só estou aqui tentando narrar algo que eu não sei decifrar, pois além daquela fresta da porta, havia uma canção, uma canção que eu fiquei a ouvir mesmo quando ele estava a me iludir. Agora, eu vejo que toda a minha narrativa ocorreu dentro de apenas um espaço, de uma sala chamada coração, sendo sugada pela razão.
GOMES, L. S. 

terça-feira, 23 de abril de 2013

Caminho do teu beijar


Caminho do teu beijar

“Cancionando” o meu caminhar, eu pude tropeçar nesse teu eu a se configurar, um jeito, uma forma, um traço muito grande que chega a transbordar.
Uma paixão, um mundo em ascensão, nada mais lindo do que esse teu corpo em plena retidão.
Uma falácia, uma demonstração, algumas chamas destes velho coração.
O medo, a angustia, tudo é muito mais do que uma simples ducha.
O teu beijo, o nossos se revelar, o meu eu fica muito mais alegre do que pensaria ficar, o desejo, o momento, as lacunas desse preponderante beijo.
  GOMES, L. S.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Pensamentos Livres #5


Pensamentos Livres  #5
 
“Não chore minha pequena flor, há amores bem mais forte do que a audácia de um corpo podia pedir para ser...”




 
“Não precisava falar 1kg de amor, se meia grama de sexo era o suficiente... E assim partiu, ou melhor partimos”





“Eu queria te dizer que você era meu, mas no palpitar de minhas pálpebras já estavas a nadar, rumo a um novo lar”






“Meu rio é de água doce, doce que meu paladar já não consegue explicar. Explicação eu já não posso dar daquilo que nem mesmo consigo expressar, pois só quem viveu a ternura de minha terra conseguiria cantarolar”.

GOMES, L. S.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Ainda


Ainda

Ainda vejo sua foto naquele app amigo, eu te queria para meu abrigo.
Ainda vejo o teu sorriso comprimido, sina daquele que não me queria nem como um bom amigo.
Ainda penso no barato do teu corpo rejuvenescido pelo toque do meu corpo sem muito equilíbrio.
Ainda penso naquela não promessa de amor, que para mim se configurou como um show de horror.
Ainda sinto o teu eu a me abraçar, em busca daquilo que eu podia te ofertar. Ofertar eu te desejaria algo bem mais forte do que nós naquela cama fria.
Ainda sonho com tua face bonita, sendo rasgada pelas lacunas de um pobre e indecente desejo.
Ainda fico sem saber se devo lhe dizer que eu queria lhe ter para muito mais do que o teu querer.
Eu quero, nestas linhas lhe fornecer os dados daquilo que já não posso esquecer, mas que devo seguir sem ter, pensando em encontrar um novo bem querer.
GOMES, L. S. 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Criar e recriar, sina de um eu a se apaixonar


Criar e recriar, sina de um eu a se apaixonar

Recrio o lance, perfumo o nosso encante, mas permita-me, mesmo me dando apenas mais uma chance.
Invento, me lanço ao vento, me queimo no destroçar daquilo que poderia ser o meu bem amar.
Ensaboo a minha roupa, para poder lavar todas as manchas destas linhas que insistem em sangrar.
Um sonhar, foi perdido na imensidão do teu eu a me desejar e sem pouco notar, o carinho que estava a te abraçar.
Abraços, suspiros, inundações daquilo que tenho a te ofertar, mas sem muito poder falar, pois nosso encanto dissipou-se na lua a brilhar.
Um falar, um dizer, eu até poderia morrer com muito a lhe ofertar, mas não já há o que dizer, quando o coração se fecha com medo de ouvir todo o meu cântico de muito prazer.
Prazer, uma fagulha da minha imensidão, mas nada comparado ao lance de minha criação.
Criar e recriar, ao ponto de transformar todo o meu dizer, naquilo que eu te desejaria a viver.
Viva, caminhe, sorria, apenas não esqueça da minha leve e brisa companhia.
GOMES, L. S.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Encontro que me fez professar


Encontro que me fez professar
Um conto, um encontro, toda a magia daquilo que deveria ser um desencontro.
Um momento, um tuitar, eu já tinha falado algo, mesmo sem muito pensar.
A foto, o currículo, as estranhas sinas de um novo caminhar.
O carro, o desejo, as lacunas de um “como te vejo”, ao momento belo de um beijo.

O engarrafamento, o esperar, nossas mãos a deslizar, o fogo a nos queimar.
A paixão, o atraente, o proibido a nos importunar.
Tua mão, meu rosto, um camuflar daquela aula que estava a me esperar.
No meu chegar, o estacionar, nossos corpos sem algum elucidar puseram-se a se pegar.
Chegada, partida, na minha mente fria tu estavas já a ficar.

Um novo encontro, um sorriso, um beijo ainda tímido, mas o desejo seguindo sem muitos milímetros.
À noite a passar eu a te contemplar, mas você, eu não sabia se poderia chegar a amar.
No meu professar de algo além do gozar, eu vou apenas lhe deixar as linhas deste meu eu a lhe cortejar.
GOMES, L. S.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Desejos, sonhos e teu olhar


 Desejos, sonhos e teu olhar

 Uma química, um beijo, os teus pequenos lábios eu ainda cortejo.
Uma ausência, um sentimento, o nosso não comprometimento.
Uma chama, uma queimação, eu quero ascender às chamas do teu nobre coração.
As fagulhas de um desejo, que então misturadas com as fantasias daqueles loucos beijos, me deixam sem muita ação, esperando por algo a mais de um sim, ou não.

Um mistério, um pouco falar, muito charme no teu olhar.
Um sentir, um não demonstrar, uma forma enigmática de me apavorar.
Um caminho, um pouco se cruzar, as barreiras deste teu não inundar eu vou atravessar?!
Nas penumbras de um louco a falar, e quero poder te ouvir falar.

A carne, o desejo, o corpo que queima sem pensar, não seria eu que iria nos mudar.
A chance, a ocasião, o momento certo para a nossa exatidão.
A pegação, a ilusão, ou até mesmo a desilusão, só ficarão as chamas do nosso bom e velho coração.
Não sei o que esperar, desejar, ou bradar, só quero cortejar aquilo que algum dia me fez sonhar.
Discorro estas linhas não para me “piegar”, mas para poder alcançar o mais puro e límpido sentido deste teu belo olhar.

GOMES, L. S.