Ofereço-lhe este não
amar
No silêncio deste meu discorrer,
só escuto os passos deste meu velho andar sem muita coisa a ofertar.
Os cânticos de outrora que
lhe proferia sem muito lhe agradar pela minha voz péssima ao cantar, agora eu
já não sou capaz nem de assobiar.
Dessas partidas, idas e minuciosas
vindas, as fantasias lunáticas dessas minhas tão sem graça e imperfeitas rimas.
Já não me cubro de leite
fervorosamente adocicado, pois já não me encontro naquele lindo e perfeito
estado.
No compasso desse meu
minucioso e estranho pensamento, um espantoso desenho, o desenho destes meus
rabiscados.
Retomo o pensamento que
tinha a lhe ofertar, mas deverás eu tenha a lhe informar que estou carente
demais para projetar este “amar”.
Não vivo a lhe perseguir, só
sinto o que já não mais se sei sentir, pois nos “Eu te amo” que eu pude ouvir,
eu só pude repelir este estranho sentimento que estou a comprimir.
Como se minhas linhas fossem
me salvar, eu só quero lhe dizer que tenho a te ofertar o que eu já deixei de
amar.
GOMES, L. S.

Nenhum comentário:
Postar um comentário