quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Sem aquele sentimento...


Sem aquele sentimento...

Oferecer todo o meu coração a quem não reconhece nem uma migalha de pão, é algo de alguém sem noção.
Noção é apenas uma parte da nossa razão, pois as chamas de uma paixão terminarão/am com todo a outra exatidão.
Exatos são os gestos, mesmo que de encontro com os decretos da tal moral que criminalizam a ação de um desejo imortal.
Imortal é a chama dessa sua ingratidão, por não perceber o quanto amei sem querer nenhum afazer, se não apenas o teu novo amanhecer, junto deste teu bem querer.
Quero momentos simples, beijos oferecidos, risos sentidos, cantigas ao pé do ouvido e alguns movimentos sem sentidos.
Sentindo toda essa sua ausência em insistente prontidão, eu me calo diante do som do seu coração, ops, o seu coração já nem sabe mais o compasso de nenhuma canção.
GOMES, L. S.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Minhas linhas com embalo de Marisa


Minhas linhas com embalo de Marisa

“Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz, mas já não há caminhos pra voltar. E o quê, que a vida fez da nossa vida? E o quê, que a gente não faz por amor”. Era a canção que tocava ao fundo quando pensava, refletia, raciocinava se estava a se apaixonar.
A paixão, é a fogo que queima numa ardência que atormente sem nenhum por que, queima o mais vívido deste humilde ser, queima o que não consigo escrever.
Sinto as chamas de uma nova ilusão, aparição, ou assombração, mas o que vale mesmo são as magias desta nova linha em retidão.
Segue teu caminho, dispersa, voa, livre-se, caminhe rumo a teu ser para que no teu rejuvenescer o teu amor possa finalmente te ver.
Amo, não na presença de um corpo, ou na ausência de seu assopro, mas no mundo de perfeição, no qual toda a sua ação, reflete a nossa imperfeição.
Imperfeitos são os meus dizeres, mas mais viciosos são estes meus insistentes desejos que de uma lacuna deixam de existir para poder deixar aqui mais uma linha do que é o meu sentir.
Sinto o meu desejo, embalado pela falta de teu beijo, cultivado pelo balanço de seu esqueleto e ouvido pelo encanto do seu desejo.
No fim de mais algumas linhas começadas por Marisa Monte eu ouço ao fundo um dizer: “Ainda lembro o que passou, eu, você, em qualquer lugar. Dizendo: "Aonde você for eu vou"”.
GOMES, L. S.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Em verso eu quis deixar


Em verso eu quis deixar

Um poço, um assopro, o meu corpo quebrado como osso.
Um fundo, um amor profundo, as marcas daquele longo segundo.
Tua mão, minha face, tua boca que de mim não se afastasse.

Um desejo, um beijo, um tormento iminente eu vejo.
Satírico o eu lírico, não compreendi a beleza dos teus lírios.
Um despertar, um chamar, eu tento te evitar.

Canto, lanço e até danço o prazer deste ser que não é manso.
Parto, largo, choro e imploro pelo fado destas poucas e honrosas glórias.
Lhe digo o que sinto, permaneço sem abrigo e termino mais um refrão com uma dor no coração.
GOMES, L. S.