O COLETIVO DO EU
SOZINHO
O tempo tem passado. O cabelo
embranquecido e os questionamentos aumentado.
A fala. A voz. Os posicionamentos
mudaram. É, de fato eu cresci.
Volta e meia a garganta trava, o
coração pulsa e as mãos falham, não envelheci tão bem assim.
Ou seria tudo parte do processo,
de antes de se auto afirmar, se questionar se estamos todos prontos para enviar
discordâncias e consonâncias com outros eus por aí estar.
O tolo tem certezas, o sábio
questionamentos e o louco a inquietação de não saber por onde o tal coração.
A batida mudou. O ritmo
silenciou, e as danças por algum lugar se acomodou.
Não sei onde apalpar, os olhos
fecharam ao se auto realizar, mas os joelhos se dobraram ao pesar, pois estão
sozinhos nesse tão curto e longo caminhar.
Me entristeci. Me enlouqueci. Me
reencontrei com um louco a sonhar, mas as cores dessas telas assumiram um novo
nadar.
Antes que afunde, me inunde. Me
jogue para fora desse tóxico mar, para então as linhas brancas do meu
‘cerebrar’ fiquem para trás juntos dessas marcas no olhar.
GOMES, L. S.