Um
louco que ousará dizer que ama
Pronunciou palavras que
configuraram o meu olhar, mesmo que distante o sentimento ousará ultrapassar as
fantasias de qualquer eu a sonhar, porém suas ações revoltaram todo o meu eu
que estava a te cantar.
A sua beleza era a
personificação da divindade construída pelo seu olhar no meu olhar, da sua mão,
do seu falar e principalmente do seu dançar, pois nas figuras desenhadas pelos
seus braços no ar, a fantasia edificada pela minha mente a navegar já havia me
destinado a ter um pouco deste teu amar.
Amo-te no seu pouco
falar, na sua forma educada de me menosprezar, no seu se exibir para a plateia
que queria te devorar, porém, jamais te amar. Amo-te pelas causas pequenas,
pelas naturezas diversas que estava a nos mostrar, pela paciência infinita
demonstrada no falar, mas acima de tudo, amo-te pela capacidade infinita que tu
tens de amar. Amo-te não pela presença, ou simples aparência, amo-te pela forma
exagerada deste meu eu que esta diante de ti querendo profanar aquilo que é mais
seguro diante do nosso olhar, ou de um simples abraçar.
No fim, o que minhas
palavras não puderem causar, eu imagino que o corpo de um outro alguém poderá
te aliviar, mas quem sabe a obra de um bom autor em alguma hora te fizer
recordar deste otário a te profanar, saiba que estarei a lembrar do teu doce
olhar, mesmo que sendo para me menosprezar por eu ser um louco exagerado
dizendo que queria te amar pelo atravessar destes poucos dias que estivemos a
conversar.
GOMES, L. S.
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