CAÍ.
Estes dias me vi caindo.
Caí tão profundamente lento que nem percebi a escuridão a me
cercar.
Suas asas me cobriram, seu pseudo brilho me cegou, e aqui
estou.
A coragem se foi, o amor brandou: “Contigo estou”, mas a
força, em algum lugar ficou.
Me lembro da esperança naquele olhar, um olhar puro e
inocente de um menino que só pensava em se apaixonar.
A paixão pela vida. Pela descoberta. Pela ciência do
conhecimento e pelo toque de um lábio a me desbravar.
No hoje, não vejo o sentido. Não sinto a vela a desbravar,
nem ao menos as lágrimas a derramar.
É, me vi caído.
Outrora me encantaria me lançar, mas nestas linhas deixo
rimas pobres destes sentimentos sem ‘esperançar’.
Aquela bela voz ao fundo me dizia, o que minha alma ressoava
sem eu imaginar: “Hold me down. I'm
so tired now. Aim your arrow at the sky. Take me down, I'm too tired now. Leave
me where I lie”
I lie.
Se é um deitar, repousar, ou um mentir, já não consigo
enxergar, pois aquelas benditas asas me abraçaram enquanto eu continuava a
deslizar.
GOMES, L. S.
