O eu retorcido
Desejo
a queda livre sem um retorno.
Debruço-me
a beira deste lago.
A demência é próxima. O caminho beira o chão.
A demência é próxima. O caminho beira o chão.
Os
entulhos recaem sobre velhos ombros cansados e feridos.
O
desespero bate à porta, a janela estronda com o grito de nossa dor.
Os
estilhaços machucam aquela face que um dia sorriu.
Chora.
Grita. Rola e deixa sangrar. Expulsa os demônios para fora do teu lar.
A
casa outrora gigante, hoje pequena como algo de ninar.
Canta.
Embala. Sonha e afaga minha face, porque hoje eu vejo tua luz.
Cai.
Permaneço por aqui, e um dia hei de ressurgir pelas mãos daquele que me fez cair.
O eu retorcido preso em um conflito daquilo que frito.
Fritar o que passou pelo que vai ser, mas tudo resplandece sobre um presente fincado dentro deste ser.
O eu retorcido preso em um conflito daquilo que frito.
Fritar o que passou pelo que vai ser, mas tudo resplandece sobre um presente fincado dentro deste ser.
GOMES, L.S.
