Não
digo o que sinto
Não digo o que sinto, pois
serei egoísta. Tomo esse veneno e afogo-me em mim.
Tento ir, mas toda essa
bagunça me prende nesse lar, mas o que seria um lar, se sempre estive de casa
em casa a mudar?
Não sei, ando perdendo a lucidez.
Choro sem nenhuma razão e desprezo o aconchego do meu colchão.
As vezes dá vontade de
ficar, mas ao mesmo tempo eu sei que seria muito melhor do lado de lá.
Algumas vezes penso em Lana
que um dia ousou dizer: "I wish I was dead", e do quão pesado poderia ser se não existisse um outro 'meser'.
Voltei a essa droga que é
rimar com mensagens tristes à orar, que fazem alguém sentir e pensar sobre este
piegas que está a exclamar, a miséria que é sonhar.
Volto. Paro. Penso. Já não sei o que falar, quando toda essa merda se
for ao ar e um reles cadáver de poesias restar.
GOMES, L. S.
