Não
pude tocar
Seu rosto eu não posso tocar, mas sua face permanece
no canto do meu olhar.
A sensação, uma estranha situação, por que eu estou
aqui tentando entender o não?
Não sei o que te falar, eu só queria te completar,
fazer sonhar, mesmo que o medo te ousasse perturbar, eu seria o cara certo para
te segurar.
Não me entendo, eu não te entendo, toda a chama que
era mínima no passar, em mim queimou os detalhes daquele passado presente no meu
lembrar.
Ia te oferecer um cigarro, ou um maço, mas eu não fumo,
nem sei assoprar, só sei, ou tento, “cancionar” as angustias de não saber te
esperar.
Eu histérico, tive que te elevar além das rimas
rotineiras do meu falar, para quem sabe tocar o mínimo do teu eu, que é distante
algumas linhas do meu tocar.
Sua face eu não sei, seu nome eu não chamei, eu fico
aqui discorrendo sobre aquilo que nem amei.
Agora, já era, essa pode ter sido a carta final para
um não mais falar, mas antes que se despeça tenta lembrar que a única coisa que
fiz, foi querer te contemplar.
GOMES,
L. S.
