sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Não pude tocar

Não pude tocar

Seu rosto eu não posso tocar, mas sua face permanece no canto do meu olhar.
A sensação, uma estranha situação, por que eu estou aqui tentando entender o não?
Não sei o que te falar, eu só queria te completar, fazer sonhar, mesmo que o medo te ousasse perturbar, eu seria o cara certo para te segurar.
Não me entendo, eu não te entendo, toda a chama que era mínima no passar, em mim queimou os detalhes daquele passado presente no meu lembrar.
Ia te oferecer um cigarro, ou um maço, mas eu não fumo, nem sei assoprar, só sei, ou tento, “cancionar” as angustias de não saber te esperar.
Eu histérico, tive que te elevar além das rimas rotineiras do meu falar, para quem sabe tocar o mínimo do teu eu, que é distante algumas linhas do meu tocar.
Sua face eu não sei, seu nome eu não chamei, eu fico aqui discorrendo sobre aquilo que nem amei.
Agora, já era, essa pode ter sido a carta final para um não mais falar, mas antes que se despeça tenta lembrar que a única coisa que fiz, foi querer te contemplar.

  GOMES, L. S.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A me usar...

A me usar...

Levei flores, fui algemado.
Lhe disse cafonices, só me falou luxurias.
Cantei para dormir, não quis me deixar dormir.
Lhe ofereci o meu amor, só quis uma parte de mim, com muito ardor.
Tentei lhe cativar, só quis os meus pés enroscar.
Lhe disse o que não devia, ficou apenas com o que lhe cabia.

 A face, a proposta eu quis lançar, mas só pensava em me beijar.
Te desenhei, te poetizei, mas só queria me usar.
A frase, uma questão, só me usastes por puro tesão?
Te questionei, te sondei, mas no que eu não reparei, foi a tal chama a nos enfeitar.
Agora, parado, deixado, te vejo distante de meus lábios, mas o que te falar, quando só do corpo pudestes experimentar? 
GOMES, L. S.